RECICLAGEM

Preciso reciclar minha alma. Final de ano tudo gasto não resta mais paciência, tolerância, até o amor que nunca acaba está no fim do pote sagrado, que é meu coração.

Pego a paciência ou que restou da coitada. Ela se desgastou com tantas filas desnecessárias, tantas burocracias que só existem para dificultar a vida do honesto. Foram tantas as mazelas, tantas agressões que quase nada restou. Sofri ao vê-la assim. Com zelo comecei a reciclar e passo a passo consegui restaurar. Deixei novinha para o próximo ano. Ela precisará estar forte para deixar fluir a esperança.

A tolerância eu usei toda. Ela precisou suportar abusos, agressões, injustiças, frases rudes, palavras e músicas obscenas. Tomei-a em minhas mãos, estava frágil e debilitada. Limpei as marcas deixadas e restaurei cada estaca que a sustentava. O mais difícil foi o equilíbrio entre aceitar ou não aquilo que não se quer ou não se deve.

Agora o AMOR. Este nunca diminui ou acaba, mas, às vezes fica ferido e arranhado. Precisa de um bálsamo. Este bálsamo nós encontramos nos amigos que estejam repletos de amor. Amigos são assim sempre nos ajudam a restaurar o amor.

Tudo reciclado, tudo tão bem restaurado que ficaram novinhos outra vez: PACIÊNCIA, TOLERÂNCIA E AMOR serão meus companheiros de  viagem neste NOVO ANO.

~ Édina Sabino ~